sexta-feira, 24 de setembro de 2010

AS HORAS

Com: Nicole Kidman, Julianne Moore, Meryl Streep; 1923: Stephen Dillane, Miranda Richardson; 1951: John C. Reilly, Jack Rovello, Toni Collette; 2001: Ed Harris, Allison Janney, Claire Danes, Jeff Daniels

Poster
Um dia na vida de três mulheres, em três Eras diferentes. O suicídio de Virginia Woolf (Kidman), em 1941, abre o filme, mas a acção à qual a personagem histórica é central desenrola-se em 1923, quando a escritora vivia em Richmond, com o marido Leonard (Dillane), que a rodeia de cuidados extremos, devido ao seu historial de instabilidade mental. Em Los Angeles, 1951, Laura Brown (Moore), vive com o filho Richie (Rovello) e o marido Dan (Reilly). Laura não consegue enfrentar a vida de dona de casa nos subúrbios, deprimindo-se com as mais pequenas coisas, como o seu fracasso na confecção de um bolo de aniversário ou a atenção requerida pelo filho. Nova Iorque, 2001: Clarissa Vaughan (Streep) organiza uma festa para comemorar a atribuição de um importante prémio à obra poética de Richard (Harris), seu amigo (e ex-amante), debilitado pela SIDA.

«As Horas» é um filme ao qual nos é difícil dirigir comentários marcadamente negativos, pois foi cuidadosamente construído para agradar a uma certa audiência mais “exigente” e aos júris dos prémios de cinema mais importantes (mediáticos), nomeadamente os Oscars de Hollywood. Em suma, é um filme “sério” e “respeitável”, tecnicamente exemplar e, aquilo que maior destaque merece, reúne três grandes actrizes, que nos trazem três grandes desempenhos. É, ao mesmo tempo, um filme de época e um filme moderno, mas é o passado que domina a narrativa, com o tempo presente a funcionar como um epílogo, ainda que exista exposição durante o filme, à medida que Clarissa prepara a festa de homenagem a Richard, na Nova Iorque do presente.

Os actores estão exemplares, bem como as respectivas caracterizações (incluindo o já famoso nariz de Nicole Kidman). É ao nível do texto que sentimos limitações. O filme baseia-se no livro de Michael Cunningham, que, por sua vez, se inspirou em “Mrs Dalloway” de Virginia Woolf. O mal de vivre trespassa os três segmentos, centrando-se nas três mulheres que os protagonizam, ainda que seja na personagem de Ed Harris, e não na de Meryl Streep, onde encontramos determinados paralelos com Virginia Woolf e Laura Brown. Há também similaridades noutros aspectos, nomeadamente a relevância de relações familiares – entre irmãs, ou mãe-filho/filha – apresentadas de formas diversas, nos vários segmentos e relações homossexuais assumidas (Clarissa e Richard) ou cuja possibilidade é meramente aflorada.

KidmanMooreStreep

Poderíamos questionar-nos: «The Hours» é sobre o quê, qual é a história que conta? É uma mini-biografia de Virginia Woolf, debruçando-se sobre o período em que a escritora concebia “Mrs. Dalloway” e apontando as causas que a levaram ao suicídio 18 anos depois? Procura aflorar a homossexualidade feminina em várias épocas? Aborda o desgaste provocado pela criação artística ou ilustra que por detrás de um criador pode estar também um indivíduo assolado por fantasmas que o empurram para um beco sem saída, do qual não consegue sair? No final, fica a sensação de que a relação que se descobre entre algumas personagens não serve para muito mais do que para provocar uma reacção de surpresa moderada, com tal reconhecimento, não chegando a integrar-se numa coerência narrativa mais lata. Vendo-se com relativo agrado, «The Hours» surge mais como um curioso encontro entre três contos do que como uma longa-metragem. Em todo o caso, por muito que tal possa soar a cliché, merece um visionamento nem que seja só pelo trabalho das três actrizes, sem demérito dos pequenos papéis de Toni Collette, no papel de uma vizinha de Laura, e Miranda Richardson, como irmã de Virginia Woolf.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ORLANDO



Minha paixão pela Vita, me levou a ler Orlando, um livro um tanto "louco", mas ao mesmo tempo sensacional, conhecendo a vida de Vita, me pego lendo e vendo nas palavras da Virgínia exatamente os traços tanto físicos como pessoais, daquela que inspirou Virgínia a escrever como descreveu Nigel Nicolson " ... a maior carta de amor...", em homenagem à Vita.

Orlando (no original em inglês, Orlando: A Biography) é um romance de autoria da escritora britânica Virginia Woolf, publicado em 1928. A novela semi-biográfica baseada em parte na vida da amiga íntima de Woolf, Vita Sackville-West, é geralmente considerado um dos romances mais acessíveis de Woolf. A novela tem sido influente estilisticamente, e é considerada importante no literatura em geral, e particularmente na história da escrita das mulheres e estudos de gênero. A adaptação para o cinema foi lançado em 1992, estrelado por Tilda Swinton como Orlando e Quentin Crisp como Rainha Elizabeth I. O livro não é narrado em fluxo de consciência.

Orlando, jovem inglês que nasce na Inglaterra da Idade Moderna e, durante uma estada na Turquia, simplesmente acorda mulher. A personagem é dotada de imortalidade e o livro acompanha Orlando por seus 350 anos de vida. Bem-humorado, é um dos grandes exemplares do modernismo inglês e um dos ápices da arte literária de Virginia Woolf.

Há um lado quixotesco em Orlando, que trabalha as ambigüidades da identidade feminina e masculina e suas relações com a condição humana. A transformação da personagem em mulher é vista como um acontecimento cotidiano, bem como seus amores. Como na maioria dos romances de Virginia Woolf, o tempo, enquanto variante literária e estilística, é um dos temas do romance. Trata-se de uma preocupação em relacionar o tempo da história (350 anos de história britânica e de vida de um personagem) e o tempo da narrativa.

FALSAS APARÊNCIAS, UM FILME IMPERDÍVEL





Baseado no livro homônimo de Sara Waters, mesma autora de Tipping the Velvet (Toque de Veludo), conta a história de Sue Trinder (Sally Hawkins), uma órfã que cresceu em meio a ladrões em Londres. Sue é levada por Richard (Rupert Evans) a trair e fraudar Maud Lilly ( Elaine Cassidy) - herdeira de grande fortuna – em troca de dinheiro. Os planos, porém, saem do controle quando Sue se vê apaixonada por sua vítima, Maud.Trata-se de uma minisérie, tal qual Tipping the Velvet, com 3 episódios.

Comentário: Para quem gosta de filmes do século XIX com grande carga dramática esta é uma ótima pedida. Paixão, traição, castigo e dinheiro são os componentes que desenrolam esta trama.O final surpreende, o que faz da história não somente uma simples armação sem excrúpulos, mas uma grande farsa planejada e muito bem arquitetada.





quarta-feira, 16 de junho de 2010

POEMA DEDICADO À VITA SACKVILLE

SAUDADE

Viver sem ti é impossível
Insuportável a separação
Tamanha é a dor que me acomete
Agora só resta a recordação

Sentada fico a esperar
Ansiosa à te buscar
Corra de volta para a minha vida
Kero-te mais que uma amiga
Volta para os meus braços
Irradiante em tua poesia
Linda mulher que embriaga
Louca donzela que desafia
Enternecida me amarra em seus laços.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

AMANTES


Essa é uma modesta homenagem à todas as amantes como Vita e Violet !

Por um dia
Por um dia quero beber nos teus seios meus desejos, me deleitar nas delícias de teu corpo belo e sensual.
Sentir teus lábios a percorrer minhas entranhas, num doce sabor do mel.
Hoje sou tua, te pertenço, me faço sua, te enlouqueço, tudo lá fora é irreal,eu nua em teu cheiro tão natural. Realidade é querer-te, tocar teus cabelos, alisar tua pele, talvez não te veja mais, o amanhã não existe para nós, talvez seja só por um dia.
Teus olhos por mim clamam, pedem, exigem, reclamam, como um último suspiro, palavras ditas sem sentido, desespero de amor, gemido, doído.
Te quero, te uso, te seduzo, o corpo agora já em chamas, trêmulo pelos sentidos, no gozo frenético inflama-se na paixão desmedida.
Somos únicos, sós em nosso amor, sem passado ou futuro, sem pudores, ou falsos valores, aqui não há estações, só deixamos fluir as emoções.
Corpos nús agora repousam, sob lençóis amassados, é o desejo que então descansa do amor já saciado.

terça-feira, 18 de maio de 2010

CARTA DE VIRGINIA PARA VITA SACKVILLE


52,tAVISTOCK sQUARE
19 DE NOVEMBRO DE 1926

É quase um milagre-a tua discrição-,uma carta dentro de outra. Dar-te-ei uma resposta assim qu e te vir_no que diz respeito ao convite-, entenda-se. Sibyl fez-me tantas dores de cabeça, Deus meu!E como é aborrecido eu não ser capaz de queixar-me senão a ti. Estou pregada numa poltrona. Mas não é nada grave:se to digo, é apenas para que te compadeças de mim, para invocar tua proteção, para te implorar que inventes um meio qualquer de impedir as pessoas de debicar na mina vida:Sir Arthue, Dadie um logo a seguir o outro. Por que será que eu tenho sempre de infligir-te isto a ti?. Trata-se sem dúvida, de uma necessidade de ordem psicológica: uma dessas coisas ditadas pelo instinto, no decorrer de uma relação íntima. Esta dor que eu tenho nas costas tira-me toda a minha coragem; se estivestes no meu lugar, sei que serias heróica. Mas também não sinto o menor desejo de passar o resto de minha existência em Rodmell com Mrs. Bartholomew (a mulher a dias), ao pé de mim.
É uma mulher mundana, essa Sibyl Colefax, de uma espécie que me é, por assim dizer, desconhecida. Os nossos valores são diferentes. A amizade, sem falar de intimidade, são impossíveis. Apesar disso, eu respeito-a, admiro-a, até. Não deixei um só instante de perguntar amim própria por que é que ela teria vindo: parecia-me tão pouco à vontade, embora mantendo-se totalmente indiferente, indício revelador de que nunca lhe dizem a verdade. Tudo tocou de passagem, sofismando, minimizando as coisas, constantemente transigindo; e, no entanto, no fundo, ela é boa e generosa. É curioso que alguém como eu, tão dotado para a intimidade, acabe por ficar completamente desconcertado.
O que tu não queres compreender, mulazinha de West que tu és, é que um dia te cansaras de mim (afinal, sou muitíssimo mais velha do que tu) e que, desde já, me é necessário tomar algumas pequenas precauções; é efetivamente por isso que prefiro, a partir de agora, principiar a estabelecer as minhas recordações, em vez de viver apenas o momento presente. Mas a mina mulazinha de West certamente sabe que, mais do que ninguém, fez ruir as minhas defesas. Não há, dentro de ti, algo indefinido? Não sei, qualquer coisa em ti, uma vibração que não se produz? Pode ser que seja um ato de vontade, porque tú nunca te abandonas; sempre o constatei quando estás comigo; qualquer coisa de secreto, de som abafado, Deus sabe o que tal poderá ser. E, no entanto, pensa nesse 19 de novembro e compara ao do ano passado: tens de admitir que há uma diferença. Isso vê-se também no escreves, seja dito de passagem. Aquilo que eu chamo atransparencia central falta, por vezes, em ti. Farei um sermão sobre este assunto em Long Barn ... O meu problema é que, minha anatomia, há uns tantos centímetros, mesmo no cimo, que são particularmente e terrivelmente sensíveis. Querida mulazinha de West, virás à Hogarth, as 14h 30m, realmente? ... Como será doce: estender-me-ei no sofá, e far-me-ei amimar por ti. A dor já quase me passou. A Irene foi mais carinhosa do que eu? Deixa-me dizer-te algo algo espantoso. Dei comigo a pensar na morte com uma curiosidade intensa. E, todavia, se há uma coisa de que eu tenha a certeza, é de que somos mortais. Mas, então, por que ter esta impressão de que a morte será algo de... apaixonante, de positivo, de ativo?

Tua V.W.
P.S.
Chegaram as tuas flores;elas são como tú, adoráveis, crepusculares, torturadas, apaixonadas. Acabei de tomar o pequeno almoço, e sinto-me muito melhor; depois reli a minha carta, e tive vergonha de tanto egoismo: quase que sinto vontade de rasgá-la, mas já não tenho tempo de escrever outra. E o sermão que te prego nõa é gentil. Mas, também, eis ao que se arriscam aqueles que vêm atacar esta pobre Virgínia, e Grizzle. Mordem imediatamente.

domingo, 4 de abril de 2010

terça-feira, 23 de março de 2010

MULHERES NA VIDA DE VITA SACKVILLE

EVELYN GRAHAM IRONS, foi uma correspondente de guerra que teve um romance com a romancista e poeta Vita Sackville-West, morreu em 3 de abril em sua casa em Brewster, NY Faltavam apenas dois meses antes do seu aniversário de 100.

Ms. Irons foi uma editora da página da mulher do The Daily Mail, em Londres, quando ela conheceu Sackville-West, em 1931. Ela tinha ido para entrevistar a escritora de 38 anos de idade em sua casa, Sissinghurst Castle, famoso por seus famosos jardins, que Sackville-West passou grande parte da sua vida projetando e cuidando.

O romance foi confuso. Sackville-West já havia tido um relacionamento duradouro com Trefusis Violet, filha de Alice Keppel, amante de Edward VII. E a Sra. Irons estava romanticamente envolvido na época com Olive Rinder,Mas o inevitável aconteceu, Olive foi a sissinghurst inspecionar sua rival, por quem acabou se apaixonando, e Vita continuou cortejando ambas as mulheres!A paixão de Evelyn, que demonstra o efeito inacreditavelmente poderoso que Vita exerceu sobre tantas mulheres, pode ser visto claramente em uma das suas primeiras cartas:
Querida, deverei dizer que “estou completamente feliz. Não sinto muito a sua falta. Não acho que a ame tão apaixonadamente quanto ontem?” Não, eu lhe direi a verdade _não posso viver sem você, e a amarei até o dia que morrer.
Vita respondeu, tipicamente, com um poema excessivamente sentimental:
Como elas repousam dormindo nos braços numa da outra
Não tem necessidade de se afastarem Já que o amor foi entrelaçado dia e noite.

Victoria Glendenning escreveu sua biografia em 1983,''Vita: The Life of Vita Sackville-West,''que até janeiro de 1932, as três mulheres estavam em um ménage à trois, que terminou no final daquele ano, quando a Sra. Irons conheceu e se apaixonou por outra mulher, Joy McSweeney.,que manteve sua companheira até que morreu em 1980.

Os poemas de amor datados de 1931 em Vita Sackville-West''Collected Poems''são os destinatários da Sra. Irons, embora a Sra. Glendenning observa que''os mais erótico''nunca foram publicados. Ms. Irons e Sackville-West permaneceram amigos íntimos e corresponderam-se calorosamente até que a morte Sackville-West, em 1962.





DOROTHY WELLESLEY tornou-se amante de Vita Sackville-West, por quem ela deixou o marido e os filhos, em 1922, de acordo com uma autobiografia publicada em 2009 por sua neta, Lady Jane Wellesley. [4] Depois que o relacionamento terminou, ela se tornou a amante e companheira de longa data de Hilda Matheson (1888-1940), uma produtora da BBC com quem ela dividia uma casa de Sussex chamado "Penns-in-the-Rocks"






HILDA MATHESON 1920-1929
Vita Sackville-West teve uma relação apaixonada com Hilda Matheson, "Stoker" era como Sackville-West apelidava afectuosamente Hilda, durante o seu breve caso, entre 1929 e 1931.



Hilda Matheson era cabeça da BBC em 1926. Ela já tinha trabalhado para MI5 e, antes disso, por vários anos como secretária política Nancy Astor. Como primeira diretora da BBC de palestras, ela transforma as ondas de rádio, trazendo somente pesos pesados sem fio intelectual, como HG Wells, Bernard Shaw e a mulher que viria a ser sea amante, a escritora Vita Sackville-West.

Hilda Matheson foi a primeira a perceber que há uma arte específica para falar no rádio, e ela apresenta elevados valores de produção. Em dezembro de 1931, ela teve uma espetacular briga com diretor da BBC, John Reith, levando à sua demissão. Ela passou a supervisionar o Inquérito Africano e para executar o Comité Misto de Radiodifusão, durante a Segunda Guerra Mundial.






MARY MARGARETH GARMAN CAMPBELL (1898 - 1979) foi a mais velha de sete irmãos conhecidos por seu glamour, estilo de vida boêmio e seus vários casos amorosos com artistas famosos, escritores e músicos de Londres entre-guerras. Ela era um membro do grupo de Bloomsbury e esposa do poeta radical Sul Africano Roy Campbell,
O Campbells mudou-se para Sissinghurst em Kent e maio 1927 eles se encontraram Vita Sackville-West no posto da aldeia. Ela os convidou para jantar com seu marido, Harold Nicolson. Outros convidados incluíram Leonard Woolf, Virginia Woolf e Richard Aldington.
Em setembro de 1927 Vita e Mary Campbell começaram um affair. Mary escreveu:
"Vocês são, por vezes, como uma mãe para mim. Ninguém pode imaginar a ternura de um amante de repente, descendo para ser maternal. É um momento lindo quando a voz da mãe e as mãos em volta do amante."
Mais tarde, naquele mês, Vita Sackville-West ofereceu o Campbells a oportunidade de viver em uma casa de campo em razão da Sissinghurst Castle. Eles aceitaram, mas depois Roy Campbell opôs quando descobriu que sua mulher estava tendo um caso com Vita:

"Foi então que entramos no período mais sórdido e comicamente tolo de nossas vidas. Nós éramos muito estúpidos para abandonar a nossa independência precária no minúsculo casa de campo para a hospitalidade professos de uma das mansões da Inglaterra, que provou ser algo entre uma clínica de psiquiatria e de um bordel de luxo. "
Quando Roy Campbell estava em Londres, disse CS Lewis sobre o caso, ele respondeu: "Fui ser traído por uma mulher!" Segundo Cressida Connolly: "Roy era um homem orgulhoso, e essa observação tão perfurado seu orgulho que ele voltou para Kent em uma raiva gigantescos. Aterrorizados A Maria se refugiou em Long Barn, onde Dorothy Wellesley sentou-se toda a noite com uma espingarda em toda a sua joelhos. "
Campbell teve uma reunião com Vita Sackville-West sobre o caso. Posteriormente, ele escreveu:

"Estou cansado de tentar te odiar e percebo que não há nenhuma maneira em que eu pudesse prejudicá-lo (como eu gostaria de ser), sem prejudicar também a todos nós. Não me desagrada qualquer uma das suas características pessoais e eu gostei de você muito antes quando eu não sabia de nada. Tudo isso acrimônia da minha parte é devido sim para nossas respectivas posições neste emaranhado ".
Foi acordado que o assunto teria chegado ao fim. No entanto, Maria encontrou a situação muito difícil e escreveu a Vita:

"Será que a noite nunca virá novamente quando eu posso
passar horas em seus braços, quando eu posso perceber sua sorte grande de todo o meu ser, e estar completamente nua, exceto por uma cobertura de sua folha de rosa beijos? "
Quando Roy Campbell entrou no hospital para ter seu apêndice, na relação retomada.
Virginia Woolf era também muito ciumenta sobre o caso. Ela escreveu a Vita: Acredita-se que o romance de Woolf, Orlando foi influenciada pelo caso. Em outubro 1927 Virgínia escreveu a Vita:

Não pertencerei a vocês duas, ou a uma de vocês, se as duas de nós pertencem à outra. Em resumo, se Dorothy é sua, eu não sou. Isso envolve uma verdade profunda que deixo para que você descubra.
Vita Sackville-West respondeu que ela emocionada e apavorada "com a perspectiva de que está sendo projetada em forma de Orlando". Ela acrescentou:

"Que divertido para você; que divertimento para mim. Você veja, qualquer vingança que você jamais tivesse querido fazer estará pronto na sua mão... Você tem a minha total permissão."
Orlando foi publicado em Outubro de 1928, com três fotos Vita e oito ilustrações fotográficas.
Depois de ler o livro, Mary Campbell escreveu a Vita:

"Eu odeio a idéia de que vocês que estão tão escondidas e em segredo e orgulhoso, mesmo com pessoas que você conhece melhor, deve ser apresentado tão de repente e abertamente para que todos possam ler sobre você ... darling Vita, você têm sido tão Orlando que, como eu posso ajudar absolutamente compreender e amar o livro ... Durante todo o escárnio , que é sempre no tom de voz de Virgínia, e da análise,... Orlando é escrito por alguém que a ama tão obviamente ".
Vita também escreveu vários sonetos sobre Maria. Esses apareceram no King's Daughter (1929). Depois que o livro foi publicado, ela escreveu ao marido, Harold Nicolson:
"Ocorreu-me que as pessoas vão pensar que eles eram Lesbicas ... Eu não gostaria disso, ou por amor próprio ou a sua."
Roy Campbell respondeu ao caso por escrito o longo poema satírico, The Georgiad. O poema causou furor no mundo literário como Campbell criticou o grupo de Bloomsbury. Isto incluiu Vita, que ele descreveu como a poetisa frowsy "no poema:
Muito magro e ósseo para atrair um homem
Mas o orgulho no amor para limpar o que ela pode,
Entre seus colegas irão definir algumas culto na moda
Onde pedantismo pode mascarar como paixão.

Mary e Roy Campbell decidiram-se mudar para França em 1928, onde alugaram uma casa de pedra antiga, Tour de Vallier, A escritora, Nancy Cunard, e seu amante, African American, o pianista Henry Crowder, visitou-os em sua nova casa.
Em 1932, Jeanne Hewitt chegou em Martigues com sua irmã Lisa. Seu casamento com o irmão de Mary Douglas Garman estava em dificuldades na época. Segundo Cressida Connolly, o autor de A Rare and the Beautiful: The Lives of the Garmans (2004): "Parece que Maria e Joana se tornaram amantes, neste momento, e as cartas de Maria atestar a um breve romance ... Foi durante a mesma visita que Campbell começou um caso com a irmã Joana Lisa ... que gostei de sua irmã, era uma beleza considerável. "
Com a publicação do Adamastor (1930), Poemas (1930) e The Georgiad (1931), a situação financeira do Campbells melhorou e eles foram capazes de mudar para uma casa muito maior na área.


GWEN AUBYIN cunhada de Vita , mas muito pouco sabe-se a respeito.

MUSICA PREFERIDA DE VIOLET



A PETRUSHKA(1911), DE STRAVINSKY, FOI PRODUZIDA PELA COMPANHIA "BALLETS RUSSES", DE SERGE DIAGHILEV, QUE OCASIONALMENTE ENSAIAVA NA CASA DOS KEPPELS EM GROVESNOR STREET.(A MUSICA DE PETRUSHKA FOI A PREFERIDA DE VIOLET DURANTE TODA SUA VIDA)

AQUI UMA CARTA PARA VITA DATADA NO DIA 1 DE MAIO DE 1919:
MEN CHERINGUE,FUI AO BALÉ, QUE ESTAVA DIVINO... ADOREI PETRUSHKA, SUA VIVACIDADE E IRREALIDADE...
NELE HAVIA AS MULHERES MAIS DELICIOSAS, QUE ABANAVAM SUAS MÃOS BEM ACIMA DE SUAS CABEÇAS(COMO FAÇO AS VEZES)EU AS ADOREI. HAVIA OUTRA MULHER QUE TOCAVA ESPINETA ERA TÃO BONITA. POR QUE SEMPRE PARECE MILAGROSO QUANDO UMA MULHER FAZ ALGO BEM FEITO? SE UM HOMEM TOCASSE ADQUADAMENTE A ESPINETA, NINGÚEM OLHARIA PARA ELE. COM MULHER HÁ ALGO TÃO ILUSÓRIO, TÃO HABILIDOSO, TÃO GRACIOSO, TÃO IRONICO, TÃO FANTÁSTICO, TÃO INFINITAMENTE ABENÇOADO, QUE SE SENTE QUE SE PODERIA DAR DEZ ANOS DE SUA VIDA PARA QUE A MUSICA SE REPETISSE.
EXISTEM APENAS DUAS COISAS COMPLETAMENTE DIVINAS NESTE MUNDO: A MÚSICA E AS MULHERES!...

quarta-feira, 17 de março de 2010

CARTAS ENTRE VITA , LADY SACKVILLE, HAROLD E VIOLET



CARTA DE VITA À HAROLD EM 05 DE DEZEMBRO DE 1919:
Acho que você não tem a menor idéia do que está acontecendo comigo, ou talvez não tenha levado a sério. Pensou, talvez, que se tratasse de coisa passageira, um “fogo de palha”, como classificou nosso caso. Mas, querido, você não deve imaginar que saí de casa, arriscando tudo o que arrisquei-seu amor, o de Mamãe, o de papai e minha própria reputação – só por um capricho. (Na verdade estou me lixando para a reputação, mas dou muita importância ao resto). Será que não entende que só um sentimento muito forte me conduziria a tamanhos sacrifícios? Uma serie de pequenos detalhes me demonstram que você ainda não se apercebeu da seriedade de nosso caso: “fogo de palha”... Minha ausência prolongada você chama de “férias”, e a Violet se refere como Mrs. Denis Trefusis. Não vê que esse sobrenome é uma punhalada no meu coração cada vez que o menciona ligado ao da minha amiga? Nem posso vê-los nos envelopes, por isso imploro nunca mais o escreva.
E há uma coisa, meu queridíssimo, mil vezes querido Hadji, (sim, tão querido que se não fosse você eu já teria ido embora com Violet, para sempre): você diz que ainda pretende usar meu corpo na cama outra vez. Ma sé totalmente impossível, meu amor. Agora não pode haver qualquer contato desse gênero entre nós, quero dizer, neste momento. Hadji será que você vai entender? Não posso me definir com palavras. Não é que não goste de você, bem sabe que a amo muito.
Tudo isso é uma tragédia e agora vejo que não fui feita para me casar com uma pessoa igual a você, tão lúcida, tão boa, tão límpida. Você não merece isso. Mas pelo menos posso garantir que o amo tão profundamente que ninguém poderá arrancar esse sentimento do meu peito, nem outro amor. Sinto-me tempestuosamente ligada a você, num outro plano.

CARTA DE HAROLD A VITA EM 10 DE SETEMBRO DE 1918
Nunca estive tão apaixonado por você como nos últimos meses, quando fugiu de mim. Violet, com aquela esperteza de sempre, deu um jeito de fazer você acreditar que não sou romântico... Eu queria que Violet caísse morta. Ela conseguiu envenenar o mais ensolarado momento de minha vida. È uma espécie de orquídea peçonhenta, bela e terrível, alimentando-se da matéria putrefata, dos seres em decomposição e espalhando sua doçura letal na brisa da manhã. Querida ela é nociva, eu não sou... Que pensar de tudo isso? Tenho contra mim essa mulherzinha traiçoeira, irresponsável, sensual e dissoluta, mas imprescindível na sua vida. Não a odeio. Poderia odiar o ópio se você o fumasse?

CARTA DE VITA PARA SUA MÃE LADY SACKVILLE
Nem quero pensar no que você está imaginando depois de receber meu telegrama .Em resumo: voltei ontem a noite, bem tarde. Violet foi avistar-se com Denys e disse-lhe que pretendia abandoná-lo. Viajei com ela até Dover e, francamente, fiz o possível e o impossível para convencê-la a voltar atrás, mas não consegui o menor resultado. Juro que me esforcei, e você pode imaginar o quanto isso me custou, conhecendo como você conhece toda a verdade. Um pouco depois chegou Denys. Acertamos ir, eu e ele, amanhã, para à França.(Que viagem mais ridícula!Não há outra palavra pra dizer agora). Nunca estive em uma situação tão estranha em minha vida... A única coisa verdadeira é a angustia que ele (Denys) e eu experimentamos ao mesmo tempo.
Ah, Mamãe, não pense que deixo de sentir o lado mais sério de tudo isto. Sei muito bem que amanhã à noite o coração de alguém estará partido. O meu sem dúvida... Espero que seja o meu. E estou pensando em você.


CARTA DE VITA PARA VIOLET EM AGOSTO DE 1940
È como se grandes asas ruflassem em torno de mim. Asas do passado. Estarei em Carcassone? Em Avinhão? Em Veneza? ( Como gostaria de ter sido mais arrojada em vez de ficar sempre em Montecarlo!) Sim, foi bom revê-la. O passado não me aflinge mais. Disse que tenho medo de você? É verdade. Não quero me apaixonar outra vez. Amo a minha vida calma de hoje. Mas se ainda pensa em mim, se ainda me quer, irei ao seu encontro, não importa onde.

sábado, 6 de março de 2010

FOTOS DE VITA, KNOLE...













EM MINHA ETERNA PROCURA COM TUDO QUE SEJA RELACIONADO A VITA, ACHEI MAIS FOTOS PARA TODOS AQUELES QUE COMO EU POSSAM VIAJAR UM POUCO DE VOLTA A ALGUNS LUGARES E PESSOAS TÃO
IMPORTANTES NA VIDA DA INESQUECIVEL VITA SACKVILLE WEST!ESPERO QUE GOSTEM,VALEU!EM ORDEM FOTO 1-KNOLE HOUSE 2-VITA BEN E NIGEL 3-VITA POR VOLTA DOS 20 ANOS 4-VIOLET E SUA MAE ALICE 5-VITA EM UM DESFILE 6-7-8-INTERIOR DE KNOLE 9-AO FUNDO BANCO PREFERIDO DE VIOLET 10-LUGAR PREFERIDO DE HAROLD 11-ESCADA 12-KNOLE CONFESSO QUE DAVA TUDO PRA UM DIA CONHECER !QUEM SABE UM DIA!!!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

SAFO


Safo

Nascimento entre 630 e 612 a.C.
Lesbos, Grécia

Ocupação Poetisa
Safo (em grego: Σαπφώ, transl. Sapphō) foi uma poetisa grega que viveu na cidade lésbia de Mitilene, ativo centro cultural no século VII a.C.. Nascida algures entre 630 e 612 a.C., foi muito respeitada e apreciada durante a Antigüidade, sendo considerada "a décima musa".[carece de fontes?] No entanto, sua poesia, devido ao conteúdo erótico, sofreu censura na Idade Média por parte dos monges copistas, e o que restou de sua obra foram escassos fragmentos.
Registros históricos e biográficos
A biografia de Safo (Psappha, como a própria assinava no dialeto eólico), é um tanto controversa. e muito do que se diz a seu respeito está envolto em lendas (inclusive suas relações com mulheres). Nasceu em Eresos, uma cidade da fértil ilha grega de Lesbos entre 630 e 612 a.C., tendo mudado-se para Mitilene, sua capital e principal cidade, ainda menina.
Já em 593 a.C. figurava dentre os aristocratas deportados para a cidade de Pirra (também na ilha de Lesbos) por conspiração. Safo já tomava parte da vida pública (na política e na poesia) aos 19 anos. O ditador Pitaco, temendo-lhe a escrita, condenou-a a um exílio mais distante, fora da ilha de Lesbos.

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• Sobre tal exílio: Era Pitaco ditador de Mitilene, a maior das cinco cidades de Lesbos. Os comerciantes e cidadãos menos abastados derrubaram a aristocracia, fazendo de Pitaco o ditador, nos moldes do seu contemporâneo e amigo Sólon. Tentando a retomada do poder, os aristocratas conspiram, e são novamente derrotados, sendo exilados seus líderes, dentre os quais o poeta Alceu e Safo. Alceu teria sido um poeta que mesclara sua arte com a política, num estilo todo próprio que se diz alcaico e teria sido, certamente, mais conhecido não tivesse ao lado a grandeza de Safo... No primeiro exílio, em Pirra, consta que Alceu tenha lhe enviado um convite amoroso: "Oh pura Safo, de violetas coroada e de suave sorriso, queria dizer-te algo, mas a vergonha me impede."
Não se sabe se este affair teve conseqüências, mas que Safo respondera-lhe, então: "Se teus desejos fossem decentes e nobres e tua língua incapaz de proferir baixezas, não permitirias que a vergonha te nublasse os olhos - dirias claramente aquilo que desejasses". Alceu dedicou-lhe muitas odes e serenatas.
Por volta de 591 a.C. parte para a Sicília. Naquela época casou-se com um rico comerciante de Andros que, falecendo em breve, deixou-lhe uma rica herança e uma filha, Cleis, que a mãe assim definia: "dourada flor que eu não trocaria por toda a Lídia, nem pela formosa Lesbos".
Após cinco anos exilada, volta para Lesbos, onde logo se torna a líder da sociedade local, no plano intelectual. Sedutora, não dotada da beleza na concepção grega da época (embora Sócrates a houvesse denominado "A Bela"), Safo era baixa e magra, olhos e cabelos negros, e de refinada elegância, viúva e vivendo numa sociedade não tinha regras morais como hoje se concebem.
A escola de Safo - o amor em Lesbos


Concebeu Safo uma escola para moças, onde lecionaria a poesia, dança e música - considerada a primeira "escola de aperfeiçoamento" da História. Ali as discípulas eram chamadas de hetairai (amigas) e não alunas... E a mestra apaixona-se por suas amigas, todas... dentre elas, aquela que viria a tornar-se sua maior amante, Atis - a favorita, que descrevia sua mestra como vestida em ouro e púrpura, coroada de flores. Mas Atis apaixona-se por um moço e, com ciúmes, Safo dedica-lhe os versos:
"Semelhante aos deuses parece-me que há de ser o feliz
mancebo que, sentado à tua frente, ou ao teu lado,
te contemple e, em silêncio, te ouça a argêntea voz
e o riso abafado do amor. Oh, isso - isso só - é bastante
para ferir-me o perturbado coração, fazendo-o tremer
dentro do meu peito!
Pois basta que, por um instante, eu te veja
para que, como por magia, minha voz emudeça;
sim, basta isso, para que minha língua se paralise,
e eu sinta sob a carne impalpável fogo
a incendiar-me as entranhas.
Meus olhos ficam cegos e um fragor de ondas
soa-me aos ouvidos;
o suor desce-me em rios pelo corpo, um tremor (...)
A aluna foi retirada da Escola por seus pais, e Safo escreve que "seria bem melhor para mim se tivesse morrido".
A morte controversa


Tantos milênios passaram-se após a vida desta figura feminina excepcional, que a humanidade viveu momentos de glória e desprezo sobre sua arte e personalidade. Em 1073 de nossa era suas obras, junto com as de Alceu, foram queimadas em Constantinopla e em Roma. Mas foram redescobertas poesias dela em 1897.
Safo foi chamada de "cortesã" (prostituta), por Suidas. E contavam que havia se suicidado pulando de um precipício na ilha de Leucas, apaixonada pelo marinheiro Faonte - fato que é descrito também em Menandro, Estrabão e Ovídio. Mas há consenso de que isto seja verdadeiramente mítico. Escritos sobreviventes dão Safo como tendo atingindo a velhice, e o certo é que não se sabe como nem quando ela morreu, sendo considerada por alguns a maior de todas as poetisas.
Honras a Safo
Sua poesia era considerada das mais sublimes. Dentre os gregos que lhe foram contemporâneos e pósteros, Safo era considerada uma dos chamados "Nove Poetas Líricos" (os outros eram: Álcman, Alceu, Estesicoro, Ibico, Anacreonte, Simonides, Píndaro e Baquilides). Estrabão escrevera que "Safo era maravilhosa pois em todos os tempos que temos conhecimento não sei de outra mulher que a ela se tenha comparado, ainda que de leve, em matéria de talento poético."
Assim como Homero era conhecido como "o Poeta", Safo era conhecida como "a Poetisa".
Narram, ainda, os historiadores, que tendo Excetides declamado um canto de louvor a Safo para Sólon, seu tio, este pediu que o moço o ensinasse todo, de tanto que o agradou. Alguém então perguntou-lhe para quê queria tal coisa, ao que o célebre jurista respondeu: "Quero aprendê-lo, e depois morrer!"
Mas nenhum epigrama foi mais próximo ao êxtase que seus versos provocavam do que este:
Há quem afirme serem nove as musas. Que erro!
Pois não vêem que Safo de Lesbos é a décima?

— Platão